COVID-19: EM QUE SÉCULO ESTAMOS?

 

No início os desastres eram percebidos como “castigos” de Deuses. Isso até 1755, em Lisboa, quando um terremoto seguido de tsunamis causou inúmeros incêndios.

É importante registrar que os filósofos foram importantes para elucidar que se tratavam de acontecimentos físicos, e não divinos. A partir de então as ações e decisões humanas e governamentais começaram a ser debatidas, numa relação de causa e consequência. O objetivo é tentar controlar os riscos, a fim de evitar danos futuros (desastres, acidentes, doenças, etc.) e, com muito maior razão, diminuir sua dimensão.

A dor e sofrimento aparecem como elementos que motivaram e justificaram essa mudança de paradigma, com a valorização do conteúdo dos direitos humanos. Além disso, temos os reflexos econômicos – é óbvio.

Quando o assunto é coronavírus, por exemplo, vemos pessoas que ainda apostam numa tese finalista, algo como “todos vão morrer do mesmo”, ou seja, como consequência da própria existência, como se a vida das pessoas não valesse qualquer esforço para se adiar esse momento (que, sim, é inevitável). Alguns, até mesmo, colocam na conta do destino, a fim de aliviar a irresponsabilidade dos governantes no combate à pandemia.

Viver nos tempos atuais significa correr riscos diários. Porém, é possível se diminuir ou aumentar a probabilidade de um evento indesejado. O Ministério da Saúde dos Estados Unidos estima que cerca de cem pessoas morrem todos os anos por asfixia após engolir tampas de caneta. Qual a solução para se diminuir essa realidade? A tampas passaram a ter um furo na ponta. Uma medida simples para se diminuir o risco de que crianças se sufoquem com a peça, já que o furo permite a passagem de ar caso a tampa seja engolida.

A referência que temos na história, como uma das mais letais pandemias já registradas, é a gripe espanhola. Epidemia ocorrida de 1918 a 1920 em diversos países sobretudo da Europa e América, com a morte de cerca de vinte milhões de pessoas em todo o mundo e de 300 mil no Brasil.

Em pleno século XXI, a pandemia do coronavírus já matou mais de 500 mil brasileiros e, não bastasse a vulnerabilidade informacional e social das pessoas, assistimos a pronunciamentos e exemplos em total desacordo com às orientações para o distanciamento social, o uso de máscara, etc., que são as melhores e mais simples técnicas disponíveis para a prevenção contra o novo coronavírus.

Não é necessário olhar muito longe para perceber-se que a experiência de dor e sofrimento ainda não foi suficientemente apreendida - nem o que significa prevenção.

 

Escrito por Diego Henrique Schuster


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