REFORMA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL: “CADA UM POR SI E DEUS POR TODOS”?
O que se pretende é externalizar os custos da má-gestão – para dizer o mínimo –, ou seja, transferi-los para sociedade, poupando os verdadeiros causadores de arcar com qualquer ônus para reverter, solucionar ou evitar o problema – não vou falar sobre “déficit da previdência social” (isso eu deixo para os especialistas). Assim, os d anos e ameaças à previdência social são convertidos em custos para os negócios, perdoando-se dívidas de grandes empresas e professando a fé do mercado. Agrava o problema a percepção de que os riscos gerados pela reforma da previdência se limitam às gerações futuras, e não à população atual, que poderá optar entre um sistema e outro. Na medida em que as pessoas têm seus direitos ameaçados pela igualdade, elas se tornam mais egoístas e individualistas, admitindo a possibilidade de mudanças dramáticas, desde que seus interesses sejam preservados. Essas pessoas acham que podem criar uma sociedade para uso próprio. O que se percebe no discurso é uma d...